Ronaldo Santini indica potencial do município para o turismo rural, industrial, de negócios e cultural. Reunião-almoço ocorreu nesta segunda-feira (16);
O secretário de Turismo do Rio Grande do Sul, Ronaldo Santini, palestou sobre o potencial de Caxias do Sul para o segmento em reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) desta segunda-feira (16). Segundo ele, as atividades turísticas no município somam um PIB de R$ 768 milhões, e proporcionaram a abertura de 3,1 mil empresas entre 2018 e 2022 — com destaque para a gastronomia. O evento abriu a Semana Municipal do Turismo, que conta com programação até 23 de setembro.
Santini, que reassumiu a pasta em agosto deste ano, aponta que a maior cidade da Serra recebeu 1,4 milhão de turistas únicos somente em 2022, uma movimentação que teve característica predominante de turismo de negócios.
Afirmou que, entre janeiro e julho deste ano, 97 mil passageiros desembarcaram no Aeroporto Hugo Cantergiani, um crescimento de 13% em relação ao mesmo período de 2023 — ainda que o boa parte do impulso seja resultado do fechamento do terminal internacional de Porto Alegre —, evidenciando a necessidade de expansão das rotas e conectividade das cidades.
Por outro lado, o secretário observou que Caxias é o maior emissor de turistas entre os 22 principais municípios gaúchos, dado que pede a reflexão sobre como reter o próprio habitante para aproveitar o que a cidade oferece.
“O Estado pode auxiliar da forma que vem fazendo, trazendo uma infraestrutura mínima, condições de acesso. Mas o turismo é uma atividade muito da iniciativa privada, que precisa entender e conhecer aquilo que tem a oferecer. Se não tem confiança e convicção naquilo que pode oferecer, tendemos a, de forma cômoda, direcionar o turista para outro destino“, aconselha.
Apesar de cidades como Gramado e Bento Gonçalves terem forte apelo no turismo de lazer, Caxias precisa investir, de acordo com Santini, em áreas como o turismo rural, industrial, de negócios e cultural ítalo-gaúcho, além de valorizar a enogastronomia local.
“Não precisamos disputar o mercado, mas precisamos estar prontos para oferecer a próxima viagem. Esse turista que vem com o destino decidido, já vem com a programação feita para determinada região, dificilmente vai abrir mão para fazer uma nova escolha. Mas se tivermos isso pronto no desembarque ou no embarque desse turista quando estiver retornando, provavelmente você trará ele como turista no próximo destino. Mas ele precisa saber o que efetivamente tem na cidade. Caxias tem muita opção e precisa trabalhar isso comercialmente de forma mais intensa”, recomenda.
Além disso, o gestor aposta na integração da Serra Gaúcha com foco na experiência do visitante. Operadoras de viagem já tem oferecido, argumenta, o destino Caxias do Sul unindo à Farroupilha, Flores da Cunha, Antônio Prado e Nova Pádua, por exemplo. Outras aliam com Gramado, Canela, Nova Petrópolis, Cambará do Sul e Bento Gonçalves.
Santini analisa que o turismo local pode ser incrementado com a criação de roteiros integrados, envolvendo as regiões da Uva e Vinho, Hortênsias e Campos de Cima da Serra, ampliando a conexão com o litoral.
“Ninguém nasce completo, todos precisam de alguma forma ter a participação de determinada cidade vizinha e região. O que favorece nesse sentido é que Caxias do Sul é o ponto de chegada desses turistas e centro de referência do turista em vários segmentos. Nem todos têm a cascata dos sonhos, mas podem ter a cesta do piquenique, podem ser responsáveis pela produção do que está no café da manhã dos hotéis. Por isso é importante essa integração: para termos uma maior diversidade de ofertas ao turista“, sinaliza.
Crédito: Luca Roth
Foto: Júlio Soares/Divulgação
